Meus pés não alcançam o chão. Fico balançando-os
continuamente com a esperança que o chão se aproxime. Em um descuido meu All Star
vermelho chuta o balcão em minha frente e o atendente me olha com fúria. Sorrio
e viro mais uma dose dupla de gentileza.
O líquido marrom deixa um rastro de fogo por onde passa. Prendo a
respiração e aperto os olhos. Bato o copo no balcão. Uma tentativa frustrada de
copiar os filmes. Abro os olhos no mesmo
instante de busco por ar. Outra onda de queimação.
-Meus problemas que deviam queimar. – As palavras saem sem
meu consentimento e o garçom me encara novamente.
-Mais uma dose. - Peço. Ordeno. Suplico. Não sei mais com
que tom as palavras escapolem de mim.
-Você já bebeu de mais. - Ele tenta puxar meu copo. Fecho minhas
mãos com toda minha força em torno do copo. O gesto desesperado me presenteia
com mais uma dose. Meus olhos brilham. Eu posso sentir.
-É o último. Você vai se levantar e ir embora.- O homem fala
firmemente.
Oi Natalia, tudo bem?
ResponderExcluirQue profundo esse conto! Adorei. É da sua autoria mesmo? Vim também pra dizer que respondemos a TAG que vc nos indicou! Muito obrigada mais uma vez peloo carinho!
beijos
Kel
http://porumaboaleitura.blogspot.com.br/2013/05/tag-e-selinho-12-livros-em-12-meses.html
Oi! Tudo bem sim!
ExcluirTodos os contos postados no blog, até hoje, são de minha autoria sim.
Que bom que respondeu! Obrigada você pelo carinho!
beijos